domingo, 29 de agosto de 2010

CHINA

Paradigma da Revolução Chinesa

Debater China é debater um processo político cujo resultado é uma das principais potências econômicas, que em 2050 terá superado os EUA.
A China, ou a Revolução Chinesa instituiu um novo paradigma para os processos revolucionários, pois a Revolução Russa e a Revolução Chinesa têm processos muito diferentes, não querendo dizer que o exemplo soviético deixou de ser forte, mas virou um modelo clássico, reuniu uma série de características que fazem dele um paradigma e não se repetiu mais, mas não muito longe do modelo Chinês, o qual também não voltou a se repetir. Este novo paradigma se baseia em uma nova estratégia de tomar o poder, baseada na guerra popular prolongada, cerco da cidade pelo campo, no partir do exército e o papel do campesinato.
A Luta pelo Socialismo no século XX começa pelos países da Europa Ocidental, Inglaterra, França e Alemanha, vai em direção a Rússia e termina na China, ela parece acompanhar a expansão do Capitalismo, só que, a revolução não é vitoriosa no Ocidente e sim em zona de fronteira, a Rússia, e depois no Oriente, China.
O caminho desta luta introduz uma novidade muito complicada para a teoria Marxista, não só de como tomar o poder (um dos paradigmas da Revolução), agora também, de como construir o socialismo. Segundo Marx o Socialismo seria uma fase de transição do Capitalismo para o Comunismo, partindo de uma revolução proletária nos países capitalistas desenvolvidos, um processo curto, rápido, apenas um período de transição por que o desenvolvimento material, a produção já estaria resolvida pelo Capitalismo e caberia ao socialismo apenas socializar a propriedade, ter o controle sobre os meios de produção e distribuir a os produtores a riqueza.
Já quando caminhamos para o Oriente, temos uma realidade diferente de que Marx previa, países com baixo nível de desenvolvimento. Nestes países o socialismo não será mais a transição rápida do Capitalismo para o comunismo, o Socialismo vai se tornando a condição do Pré-Capitalismo para o Comunismo, portanto um processo de larga duração, que incluirá o desenvolvimento capitalista durante muito tempo, ou seja, o Socialismo vai ser o período no qual o Capitalismo se desenvolverá como preparatório para as condições da construção de uma sociedade superior.
Tudo isso trás complicações históricas para os movimentos de esquerda, revolucionários e Marxistas, pois estamos falando do que vemos hoje na China, um Partido Comunista governando uma sociedade onde o capitalismo é muito forte, uma sociedade em que suas raízes econômicas são fundadas no Capitalismo. Este é o paradigma da Revolução Chinesa, o processo de tomada do poder e o processo de construção do Socialismo. Na prática temos a esquerda, os comunistas, assumindo o papel de industrializar e construir o Capitalismo.


Texto escrito com base na aula do Prof; Walter Pomar,

da secretária de Relações Internacionais do PT/BSB

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Despertar da Cidadania

O despertar da Cidadania é um filme direto e objetivo, toca na educação, questiona as classes sociais, mostra superação, garra e exprime esperança.
Produzido em 2007, lançado em 2008, conta a história de uma Jovem, Dalila, descendente de escravos que luta há quase 2 anos para entrar na Universidade de Brasília (UnB), passa inúmeras dificuldades para manter-se estudando, pois a desigualdade social é esmagadora.
Vindo de um ensino público defasado, encontra ajuda em um cursinho para alunos de baixa renda, que tem como objetivo inserir jovens da periferia na universidade, o Pré-Loyola.
O Pré-Loyola é um projeto educacional que funciona no Centro Cultural de Brasília (CCB), uma casa de Jesuítas, os quais apóiam e mantêm a estrutura e logística do cursinho.
O Cursinho já tem uma tradição em inserir Jovens na UnB e outras universidades, e com Dalila não foi diferente. Assista e acompanhe essa dramática aventura que é o dia-a-dia desta jovem que, como outras centenas de jovens querem apenas estudar e mudar suas vidas.
Este documentário foi feito por: Adalberto Fêlix, Juliana Célia, Marcos Dias e Renato Pereira. Tendo produção da AB Produções.

Parte 01/03

Parte 02/03

Parte 03/03



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Primeiro Manifesto Maranhense

                Clã dos Sarney

Desde a década de 50, o jovem e então iniciante político José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney), entra no cenário político do Maranhão. E no cenário político nacional, com a ditadura Militar (Golpe militar que durou de 1964 a 1985). Eleito deputado federal em 1955, ele apóia o Golpe de 64. Em 1966 até 1971 é Governador do Maranhão; de 1971 a 1985, senador durante a ditadura militar. Com, a morte de Tancredo Neves, eleito no colégio eleitoral, com voto direto, e apoiado pelos militares, Sarney foi colocado na presidência do Brasil, de 1985 a 1990.
Histórico político marcado por corrupção, privilégios construído graças a muitas mortes e torturas durante a ditadura, que lhe rendeu o maior e hoje o um dos últimos clãs políticos do Brasil, nos últimos anos vem lutando descaradamente para manter sua oligarquia no poder.
O Estado Federativo do Maranhão, conhecido pelos repórteres como o “último feudo da terra”, foi devastado pela miséria e falta de investimentos em todo tipo de infra-estrutura básica, que vai desde o saneamento básico à educação. Assume, assim, a posição de estado mais pobre do Brasil. O Maranhão figura em relatórios da ONU como um dos territórios de pior saneamento básico do mundo. “Cinco décadas dos Sarneys no poder e o estado exibe 20% de analfabetos, 80% de domicílios sem acesso a esgoto e 65% das pessoas dependentes de ajuda governamental para sobreviver. O padrão é africano”. (Veja.com, 25 de abril de 2009).
Mas isso rendeu à Família Sarney e seu clã político, a construção de um patrimônio invejável, por qualquer burguês/capitalista do mundo. Que vai desde as redes hoteleiras litorâneas de seu irmão Ronald Sarney aos melhores pontos comerciais de São Luiz, Universidade UNIEURO (Brasília), terras na Mesquita (localizada no entorno do DF), ações em uma das maiores empresas de agro-negócio do Nordeste conhecida por “Agro Serra”, situada no Centro-Sul-Maranhense, cujo território foi ampliado por meio de chantagens financeiras aos moradores das localidades (que se estende desde as margens do Itapecuru até o Alpercata). Claro que tudo garantido pelas estreitas relações com o Poder Judiciário do estado, como um dos seus amigos particulares, o juiz Tayrone; Célia Sarney presidente do Superior Tribunal Eleitoral-MA (irmã do Sarney); General Aniano (presidente da OAB-MA). Não é difícil encontrá-los festejando as orgias dos poderes em hotel de luxo na Avenida Litorânea.

Manobra Oligárquica
Em 2002, os Sarneys perdem as eleições estaduais para Jackson Lago. Logo em seguida, um dos membros do clã Sarney, senador Edson Lobão, entra com uma “carta na manga”: um velho projeto de divisão do estado do Maranhão, a fim de criar um novo estado federativo. Isso nos lembra a manobra de colonização da África; “Dividir para dominar”. O projeto foi para o Congresso e continua tramitando. Se vendo ameaçado, o clã lança mão de mais uma manobra oligárquica, o Superior Tribunal Eleitoral cassa o mandato de Jackson Lagos, assumindo o governo por determinação “Legal” a então senadora Roseana Sarney no dia 16 de Abril de 2009. A volta de Roseana ao poder representa uma desmedida perda ao povo maranhense. "Ouvi falar que o Jackson saiu e que a Roseana voltou, mas para mim não tem diferença, diz Íris Brito Dias, de 36 anos, que sustenta quatro filhos com os 250 reais por mês que obtém com a pesca de mariscos na periferia de São Luís. Já votei tanto nele como nela, mas a nossa vida nunca mudou. Já a dos Sarneys, sempre dá para melhorar.” (Veja.com, 25 de abril de 2009).
A dominação no Maranhão continua hegemônica, a gangue dos Sarneys têm o controle ideológico do estado, essa corporação chamada Sarney tem domínio, controle total de 90% da mídia, pois são donos da TV Mirante (único meio de comunicação direto do estado) a qual não revela as manifestações que ocorrem na capital, contra os Sarneys. A desinformação controla o povo, a alienação mantém o povo estático diante a situação, o povo não tem poder de mobilização, e nem tem como se organizar. A juventude estudantil e pró-revolucionária que devia estar puxando os movimentos contra os Sarneys encontram-se fora do Estado, estudando em outras localidades, pois o estado não oferece educação de qualidade a todos.

Povo X Sarney
Senhores, sem muito me prolongar neste informe, o qual manifesto minha indignação, quero dizer que o Maranhão encontra-se, engessado, amarrado, apático, alienado, na miséria, em condições sub-humanas. Tudo por culpa do Sarney e sua “trupe”, gangue de capitalistas nojentos, sanguessugas, canibais, burgueses safados, aproveitadores, gananciosos, indecentes, peçonhentos, corruptos, ladrões, que bebem e comem com o dinheiro dos trabalhadores – dinheiro que em vez de ser aplicado na educação e na saúde, serve para bancar as orgias daquela corja de ladrões e seus amigos, magnatas, empresários da BrasilTelecom, da Oi, Bradesco e de todas as outras corporações do Brasil, que estão sugando até a ultima gota de suor que escorre do rosto dos escravos trabalhadores maranhenses, que vivem uma vida repleta de privações. Mas essa babilônia ainda vai cair. Ela vai cair! “Um dia ficarão desnudos perante a verdade e já não serão tão amáveis, não saberão esconder os seus podres e sua vergonha, vocês herdaram as ruínas da Babilônia. Senhores que são miseráveis senhores de tantas e tantas riquezas, vocês herdaram os escombros da Babilônia, até o chão fugirá dos seus pés, ruirá com vocês a sua grandeza.” (Tribo de Jah, Ruínas da Babilônia).
Um dia, e esse dia chegará, essa corja vai ser surpreendida pelo impossível que se tornará inevitável, o povo vai acordar e tirar a venda que cobre seus olhos os impedindo de ver a verdade. A luta de classe já foi declarada, o clã Sarney tem tudo, e o povo nada. Os Sarneys edificaram uma riqueza sobre o suor de quem trabalha.
Esse estado parlamentar maranhense governado pelos Sarneys é tão-somente um comitê que administra os negócios comuns dos Sarney e de toda classe burguesa do Maranhão.
O Maranhão só será livre com a derrubada de toda burguesia capitalista e a velha ordem sarneysta, e toda forma de propriedade das corporações que assolam e marginalizam e proletariado urbano e rural.
Que o clã Sarney e as classes dominantes tremam à idéia de uma REVOLUÇÃO POPULAR MARANHENSE. Os trabalhadores maranhenses não têm nada a perder, e sim a liberdade a conquistar.
Trabalhadores explorados do Maranhão Uni-vos!



“De pé ó vitimas da fome”
De pé famélicos da terra...
Cortai o mal bem pelo Fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó trabalhadores...”
                         (A Internacional)