sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cidades. Sua gênese é reproduzir a contradição.


A cidade tem sua função, provar as contradições do capital, pois, as contradições urbanas são produtos da relação capital trabalho. Já os condomínios tornam-se o ápice desta contradição.
As cidades repletas de desigualdades é a negação, logo os condomínios que isolam os ricos do resto da cidade como um castelo medieval, torna-se a negação da negação.








Marcos Dias
Professor de Geografia

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CHE Guevara em Brasília




Um dos líderes da Revolução cubana Ernesto Guevara, CHE (então ministro das Indústrias de Cuba), visita Brasília em 1961. Convidado do Presidente Jânio Quadros, CHE passa pelo Brasil depois de uma longa agenda de visitas por países da América do Sul. Sua chegada em Brasília foi as 23:30 do dia 18 de agosto de 1961, depois de horas de atraso, fato este que fez com que o deputado José Sarney fosse embora da Base Aérea de Brasília. Quem recebeu CHE foi o diplomata Carlos Alberto Leite Barbosa e juntamente com sua comitiva foi encaminhado para o Brasília Palace Hotel.

A visita de CHE no Brasil foi constrangedora aos militares, que não mediram criticas ao presidente. Mesmo contrariados tiveram de receber CHE com honras de Chefe de Estado, como mostra a foto acima.
A visita durou menos de dezesseis horas, a condecoração pelo Presidente com a medalha Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul foi sua ultima solenidade em território brasileiro.




MARCOS DIAS
GEOGRAFIA
Agradecimento:
Everson da Silva












CHE GUEVARA in Brazilian

One of the leaders of the Cuban Revolution Ernesto Guevara, CHE(then Minister of Industry of Cuba), visit Brasilia in 1961. Guest of President Quadros, CHE passes through Brazil after a longschedule of visits by the countries of South America in Brasilia His arrival was 23:30 on 18 August 1961, after hours of delay, a fact that made deputy Jose Sarney to leave the Brasilia Air Base. Who received CHE was the diplomat Carlos Alberto Leite Barbosa and together with his delegation was sent to the Brasilia Palace Hotel.


CHE visit in Brazil was embarrassing to the military, whichspared no criticism of the president. Even had to get upset with honors CHE head of state, as shown in photo above.
The visit lasted less than sixteen hours, the award medal by the President with the National Order of the Southern Cross was his last ceremony in Brazil.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Amo a vida, e pela sua beleza marchei para o campo de batalha!"



Existem aqueles que lutam para libertar seu povo

Existem aqueles que lutam contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Se todos lutassem para libertar seu povo

Da fome, da miséria e do desespero

Não haveria lutas entre os homens...


Eu que não calo

E luto enquanto canto para libertar meu povo

Não me espanto

Pois sei que aqueles que lutam

Contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Nada de novo carregam

Travam uma luta perdida

Hão de sucumbir do mesmo amor que ousaram não ter um dia




Coitados daqueles que lutam

Contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Da exploração que achoa por mais que já doa o peito

Estes, se soubessem que lutam contra a própria liberdade

Haveriam de se juntar àqueles que ousaram morrer de braços abertos
"Amo a vida, e pela sua beleza marchei para o campo de batalha!"


De Braços Abertos
 (Pedro Cariello)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Análise do Ensino Médio

“Historicamente, o Ensino Médio no Brasil se caracteriza pela dualidade estrutural, que estabelece políticas educacionais diferenciadas para as camadas sociais distintas, definidas pela divisão social do trabalho. As reformas educacionais para o Ensino Médio (propedêutico e profissional), realizadas na última década, não conseguiram avançar no sentido de eliminar essa dualidade através da escola unitária que propicie formação geral e uma habilitação profissional. Neste estudo - com a intenção de compreender as últimas reformas para o Ensino Médio realizadas sob as demandas da reestruturação produtiva - busca-se na História da Educação analisar os elementos determinantes no estabelecimento das políticas educacionais para este nível de ensino, ao longo do século XX. Dessa forma, pode-se observar que a dualidade estrutural, que mantém duas redes diferenciadas de ensino ao longo da história da educação brasileira tem suas raízes na forma como a sociedade se organiza, que expressa as relações contraditórias entre capital e trabalho nas políticas educacionais para o Ensino Médio. A tentativa de superação da divisão social no ensino médio, através de uma nova concepção de organização escolar, revela-se uma reorganização apenas superficial, que não oferece condições para um real unitariedade do ensino e superação das desigualdades socioeconômicas e educacionais.”

                            Manoel Nelito Matheus Nascimento



O retrato de nossa sociedade composta pela divisão social do trabalho, distinguindo os homens, entre funções intelectual e manual, reflete-se na educação e no modelo que escolhemos, ou que nos foi imposto.

Identificar a escola como Aparelho Ideológico do Estado (Althusser) é concluir a escola como célula reprodutora da nossa ordem social estabelecida, refletida de fato no Ensino Médio que se diferencia na qualidade de acordo ao poder aquisitivo.


ENSINO MÉDIO
            No Brasil o Ensino Médio só vem tomar novos rumos após a constituição de 1988 e com a aprovação da LDB em 1996. Até então a educação estava submetida a conjuntura do governo Militar (1964 a 1985). A partir deste momento o Ensino médio fica a disposição dos objetivos quantitativos das grandes corporações internacionais, como condição para lançar o Brasil no novo cenário econômico globalizado do capitalismo.
            O sistema Educacional Brasileiro foi profundamente modificado tendo como referencias e órgão encaminhador deste projeto a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que através da conferencia internacional da educação para todos, realizada em 1990, produziu relatórios afim de lançar o desafio para educação do século XXI.  Desde então inúmeros desafios para educação no Brasil foram lançados e diversos programas implantados, alfabetização, formação superior dos professores, condições básicas nas escolas, transporte aos alunos, garantir escolas a todos em qual quer lugar.
            Em nenhum momento este modelo aparentemente justo se preocupou com a qualidade dos alunos, e sim com a quantidade que estavam sendo alfabetizado ou quantos estavam frequentando a escola. Uma educação emancipadora que de fato mudasse quantitativamente as vidas das pessoas não foi desenvolvida. Não deram a mínima condições de desburocratizar a maquina publica e trazer informações básicas, como os direitos do cidadão, o dever do Estado, o aceso a educação superior.
Os inúmeros esforços por parte dos pensadores e profissionais da educação foi substituído pelos interesses maior do Estado em se lançar no cenário globalizado que o mundo vivia. Na pratica o Ensino Médio estava no mesmo caminho de reproduzir uma sociedade de classes, e muitas vezes foi desviado de sua função primária, que é educar, em alguns casos os alunos concluem e saem ainda sema analfabeto, ou analfabeto funcional. Condições como estas estão longe da realidade do ensino particular, ou de alguns casos isolados no país.
As Diretrizes do Concelho Nacional de Educação com os Parâmetros Curriculares Nacionais através da Léi de Diretrizes e Bases da Educação Nacional “procurou atender a uma reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, tanto para impulsionar uma democratização social e cultural mais efetiva, pela ampliação da parcela da juventude brasileira que completa a educação básica, como para responder a desafios impostos por processos globais”. A educação brasileira rende-se as necessidades globais, mesmo não tendo superado problemas locais e interno do nosso território, como o acesso a escola de muitas crianças ou elevar as condições de trabalho dos professores, que “com giz na mão e uma quadro negro, querem que ‘eles’ seja o redentor do país”. São problemas básicos, mas que de fato não é da preocupação do estado nacional resolver, ou nem mesmo é do interesse das camadas superiores que esse problemas seja resolvidos.
De um lado o Estado (com suas características e fundamentos políticos) usando a educação para tentar embarcar na onda da globalização, e do outro as classes abastardas carregadas de problemas e necessidades objetivas. A fim de conquistar posições no mercado internacional o Brasil encara os desafios e faz as modificações na Educação, principalmente no Ensino Fundamental, e no Ensino Médio, mas são mudanças quantitativas, que na pratica apenas tentam incluir o cidadão no mercado de trabalho que estar se modernizando, com maquinários e sistemas mais complexos.
Na pratica, isso é o Ensino Médio, há uma desenvolvimento quantitativo e serve para incluir uma mão de obra pouco qualificada no mercado de trabalho, mas a educação de fato não é seu objetivo. A educação fica para as escolas particulares, ou seja voltamos a dualidade das classes econômicas na educação, são estas camadas superiores da sociedade que estão nas escolas particulares que investem na verdadeira educação, o conhecimento fica para eles. Não interessa a burguesia o conhecimento sendo algo popular. Até o papel pré-universitário do Ensino Médio publico perde sua função, pois muito pouco coloca diretamente estes alunos na Universidade, isto fica a cargo das escolas particulares, como no caso de Brasília, em que muitas escolas particulares já trabalham o Ensino Médio afim de colocar os seus alunos na UnB.       

CONCLUSÃO
            O Ensino Médio deveria ser a plataforma que lançasse os jovens para a vida atuante na sociedade, lhes dando condições de levar uma vida desalienada, através de relações sociais desalienadas.
Portanto, a educação não é singularmente a educação, mas sim as educações que tem seus modelos e objetivos, as publicas preparam a mão de obra capaz de operar o moderno mercado de trabalho, e o particular levar o conhecimento as elites e que lá venham fazendo sua manutenção. O Ensino Médio estar diretamente envolvida na sua esfera social de classe. Exemplo, em uma escola particular dessas elitistas, em que não se pode falar em corrupção, posições politicas ou coisas do tipo, pois um aluno (cliente) pode ser filho de um parlamentar que estar sendo caçado. De certa forma o Ensino Médio é isso; uma ferramenta importantíssima, mas que foi tomada pelo poder do capital e reproduz uma estrutura social individualista e socialmente perversa.


Bibliografia:

NASCIMENTO, Nelito M. ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DETERMINAÇÕES HISTÓRICAS. UNICAMP, Campinas. SP. 2007.



Marcos Dias
Geógrafo
marcosdiasurss@gmail.com

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Primavera Árabe e a Guerra da Líbia



Os rebeldes da Líbia já entraram em Trípoli e dizem estar chegando a hora do confronto final, em quanto Khadafi através de mensagens de rádio, conclama a população a lutar em defesa da capital. Em meio ao avanço dos insurgentes, bombardeios da OTAN e deserção em massa de soldados, Khadafi diz não se entregar e resistir até o fim ao que ele chamou de “colonização ocidental”.
O desenrolar do evento ocorrido na Líbia chega ao seu desdobramento final e promete ser diferente e bem mais profundo dos que ocorreram até agora no Oriente Médio e Norte da África. Mas afinal o que realmente está em jogo no território da Líbia? Será um avanço da democracia como se diz nas emissoras de TV? O que levou tal investida das emissoras de comunicação em divulgar a queda de Khadafi? Existe mesmo esse evento chamado de Primavera Árabe?  Toda essa reestruturação de poder seria impulsionada pelos modernos canais de comunicação?
Na verdade o que temos no Oriente Médio e no Norte dá África é uma reacomodação de poder segundo os interesses das potências Ocidentais. Salvo exceção o Egito.
O caso da Líbia é bem diferente do que acorreu no Egito. Hosni Mubarak estava no poder há quase 30 anos e tinha apoio das principais potencias ocidentais e simpatia de muitos chefes de Estados, pois era indispensável, a sua estrutura de poder vinha mantendo harmonia no Canal de Suez (o qual já foi palco de guerra na disputa por seu controle). Hosni Mubarak também é responsável pelo suposto equilíbrio diplomático com Israel. Em troca disso o Egito recebeu dos EUA a quantia de US$ 2 bilhões por ano (desde 1979). Em suma, Hosni Mubarak transformou o Egito no 51º estado Americano defendendo os interesses de seu financiador na região, desprezando totalmente a soberania de seu povo.
Mas como nenhuma conjuntura é eterna, nos primeiros dias de 2011 a população árabe do Egito parecia respirar ares de liberdade e em um movimento puramente popular resolveu protestar contra as condições sociais do país. O alvo destas manifestações foi a estrutura de poder, o qual garantia a Hosni Mubarak se manter a quase trinta anos no comando. Depois de vigílias, passeatas, batalhas campal e concentração de mais de 1 milhão de pessoas na Praça Tahrir, centro do Cairo, o povo fortemente mobilizado consegue a renuncia de Mubarak e a promessa na mudança da estrutura política do país. Os EUA declarou que, “a vontade do povo seja atendida” (Obama), virou as costas e assistiu Mubarak e seus dois filhos serem presos.
A força popular prevaleceu contra os interesses das elites do Egito e contra os EUA. Lembrando que os Egípcios são Árabes, agora temos um Egito pró-causa Palestina e não tão simpático a Israel. Tal fato já é provado por ataques a ônibus civis e militares israelenses já na segunda quinzena do mês de agosto (dia 18 de agosto, seis meses depois da Revolução Egípcia), os ataques partiram da fronteira do Egito por grupos pró-Palestina. O fato causou uma crise entre os dois países, o Egito chegou a retirar seu embaixador de Israel. Esse é o Egito pós-revolução que se reconfigura na região.
A Revolução Egípcia foi de cunho social, será que os novos rumos que o país pode tomar na região é realmente a vontade do povo? Nas manifestações da Praça Tahrir ficou claro que teríamos um Egito Pró-Palestina, Islâmico e Árabe. Então, de fato, no Egito ocorreu sim uma Primavera Árabe, o povo se organizou, lutou e conseguiu parte de seus anseios.
No caso da Líbia temos uma reorganização do eixo de sua política econômica, seu mercado e do seu potencial energético. A Líbia tem como principal produto de exportação (aproxima-se de 95%) o petróleo, chegando a ser responsável por quase 50% do PIB do país, e se mantém como a 10ª maior reserva petrolífera do mundo.

A Líbia por muito tempo foi território do Império Otomano, passou a ser colônia da Itália até o inicio da Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra o território ficou no controle da Inglaterra, França e Itália. Uma resolução da ONU de 1952 decretou a criação do Reino Unido da Líbia. Em 1959 nasce a história Moderna da Líbia, é descoberto em seu território jazidas de petróleo, a partir desta descoberta seu espaço passa a ser marcado por disputas políticas. Em 1969 um grupo de oficiais Nacionalistas depôs a monarquia através de golpe militar e construíram uma república, nacionalista, socialista e militar. Em 1986 a Líbia é alvo do presidente dos EUA, Ronald Reagan, que bombardeia a capital Trípoli, acusando Khadafi de patrocinar o terrorismo internacional. Khadafi se manteve no poder como Coronel chefe das forças armadas e representante do país nas relações internacionais.
A Líbia sempre tentou aproximação com o ocidente, apesar das fortes críticas a ONU e a OTAN. Com muito esforço conseguiu modernizar parte de seu parque petrolífero através de concessões de exploração de petróleo a países de sua simpatia. Distribuiu renda (fato este, que, mexeu com toda geografia populacional da região, causando grandes imigrações de povos vizinhos). Outro fato atribuído a revolução líbia foi a, unificação do povo e convivência pacífica. A Líbia, tipicamente como um país da África, é uma fronteira política com diversos povos e tribos dentro do mesmo território. O Novo modelo de estado de Khadafi também fez questão de separar Estado e religião (Islamismo, maioria na Líbia).
Então, na pratica tínhamos uma Líbia associada a figura de Khadafi, que era pró-ocidente, mas não adotou a democracia ocidental como modelo político e ainda mantinha oposição a ONU, a os EUA e a OTAN. Um país multe cultural e racial. Não tinha apoio de movimentos Islâmicos. Dizia-se Socialista, mas abdicava da teoria do socialismo cientifico de Karl Marx e Frederich Engels, negando qualquer outra experiência socialista, porem apoiando movimentos (principalmente Africanos) que lutavam contra o colonialismo. Tudo isso bancado pelo petróleo.
A Líbia tornou-se uma republica, contra regimes Islâmicos, contra o Capitalismo, contra o comunismo, contras as idéias marxistas, e dizendo-se socialista com uma economia de mercado e relações comerciais conveniente ao Estado. Ou seja, um modelo político que se julgava próprio, autentico e se oferecia como modelo exemplo, para países que queiram escapar dos países colonialistas, tendo como opção a Terceira Teoria de Khadafi.
A real Guerra da Líbia é uma investida das potencias ocidentais (membros da OTAN) para tentar assumir o mercado e o petróleo do país. A OTAN apóia rebeldes que, também, tem apoio de grupos islâmicos radicais e não se sabe bem a diferença ideológica da comissão de transição e os rebeldes do fronte, já é uma realidade disputas entre os rebeldes e desentendimentos entre as lideranças e os combatentes, ou seja, não se sabe as reais intenções dos rebeldes e seus objetivos finais.
Na guerra da Líbia existe dois grupos interessados no desenrolar do conflito: os EUA, Inglaterra, França e Itália são os principais países que já reconhecem os rebeldes como autoridades e querem a imediata renuncia ou a morte de Khadafi, estes países nunca de fato tiveram prioridades nos recursos e comercio da Líbia. Ao contrario do modelo de Khadafi os rebeldes afirmam abertamente que terá prioridade no petróleo os países que os apoiarem e os reconhecerem como governo legitimo da Líbia.

O outro grupo como; China, Brasil, Índia, Rússia, Venezuela e África do Sul, defendem Khadafi ou a manutenção de sua estrutura de poder. Estes países são os que têm a simpatia da Líbia, e até então, tem a prioridade no mercado líbio, o Brasil mantém construtoras com contratos bilionários no país e atua nas concessões de exploração de petróleo. A Odebrecht tem contratos para ampliação do aeroporto de Trípoli, e a Queiroz Galvão é responsável por obras de saneamento básico em todo país (caso Khadafi venha a cair, o Brasil quer apenas que seja honrado os contratos, de fato o que o governo brasileiro não quer é perder o mercado Líbio ou deixar-lo mas competitivo com entrada de mais concorrentes). O Brasil também exporta carne, café e até mesmo biscoito além de inúmeros produtos alimentício. Nenhum destes países, de simpatia da Líbia, manifestaram qualquer opinião sobre o conflito apenas condenam a OTAN pelos ataques e falam que vão reconhecer o que a ONU declarar.
O que este autor quer expressar neste artigo é o falso debate encorajado pela mídia sobre a democracia. Nada em questão tem haver com democracia, vontade popular, ou muito menos Primavera Árabe (no caso da Líbia). O que temos na verdade são as velhas potencias hegemônicas usando da força para conquistar territórios, ou seja, mercado ainda não penetrado por suas empresas. E de outro lado potencias emergentes timidamente dando suas opiniões políticas apenas em discursos (por enquanto).
A OTAN, a serviço dos países membros, que por sua vez, estão submetidos as suas corporações e vem aproveitando de movimentos populares legítimos para desestabilizar e derrubar governos usando como propaganda o rótulo de “Primavera Árabe”. Os governos que não resolve enfrentar a OTAN optam por fazer mudanças profundas, permitindo mais participação dos países membros na economia. A clareza dos fatos nos mostra a presença de dois eventos; a Primavera Árabe, que são movimentos populares em busca de igualdade social, direitos civis, e liberdade. E o outro evento é a OTAN reorganizando o mapa de influencia das potencias ocidentais e definindo estes como hegemônicos na região.
Na Líbia não estar ocorrendo a Primavera Árabe, mas sim, uma disputa velada pelo controle econômico da região entre países membro da OTAN e países membro e aliados dos BRICS. Já o futuro da Líbia só o tempo irá nos revelar.




Marcos Dias
Estudante de Geografia
marcosdiasurss@yahoo.com

sábado, 6 de agosto de 2011

Geotecnologia e Renovação nas Técnicas de Ensino




Num cenário onde o mercado é o mundo, o segmento de Geoinformação está aquecido e apresenta perspectivas de crescimento no futuro. Grandes investimentos como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a descoberta das reservas petrolíferas do Pré-sal, a realização da Copa do Mundo e Olimpíadas tornam o Brasil um “paraíso” para investidores, na medida em que essas obras demandam coleta, integração, análise ou compartilhamento de informações geoespaciais.
O fato do mercado de geoinformação relacionar-se diretamente com os serviços de utilidade pública, telecomunicações, energia e infraestrutura; ou seja, os elementos fundamentais para o crescimento do país, destacam a gravidade e importância, da falta de regulamentação e de políticas públicas do setor, permitindo a entrada de empresas e profissionais estrangeiros no mercado, promovendo a concorrência desleal e comprometendo o crescimento das empresas nacionais.  
Além da infraestrutura, através da engenharia e consequentemente da Avaliação de Impacto Ambiental, o uso da inteligência geográfica também pode ser utilizada em outras questões como segurança pública, agronegócio e uso dos recursos naturais, através do desenvolvimento de aplicações GIS, de equipamentos para geodésia e topografia.
As ferramentas de Sistema de Informações Geográficas (SIG) podem atuar ainda na implantação de um Sistema Nacional de Prevenção e Alerta, contribuindo com a previsão e alerta de desastres naturais, no debate desenvolvimento X planeta e na elaboração de soluções para os problemas, através da recuperação de mapas, do mapeamento geológico das regiões e da reestruturação da defesa civil nos estados e cidades, visando amenizar esses impactos e as perdas humanas e financeiras.
A construção de uma política pública para o setor perpassa pela criação do Sistema de Informação Geográfica (SIG) brasileiro por meio da instituição da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) que disponibiliza e compartilha dados e informações geoespaciais por meio de uma rede subordinada ao Ministério do Planejamento; de mecanismos para intercâmbio de dados espaciais e plataformas tecnológicas distintas; padrão nacional de metodologia cartográfica; ferramenta de GIS de baixo custo; universalização das ferramentas geocientíficas, etc.
Especialistas da área como Fátima Alves Tostes,Valther Aguiar e Emerson Granemann, diretor do grupo MundoGeo apontam a educação como um dos desafios para o crescimento sustentável do setor. Para eles somente através de investimentos em educação, para atualização profissional e renovação de métodos, técnicas e instrumentos será possível a fixação desse mercado no país.  Diante de tal conjuntura, como assegurar que o ensino geográfico das instituições de ensino superior brasileiras possam contribuir para o crescimento e estabelecimento desse mercado, de forma a tornar a cultura e a política da informação do território uma prioridade?
Os estudantes de Licenciatura em Geografia deparam-se com um ensino de pouca qualidade, superficialidade nas abordagens disciplinares, defasagem de conteúdos, falta de investimentos para financiamentos de pesquisas, ausência de laboratórios para práticas curriculares e uma infinidade de questões que apenas desmerecem e desqualificam o curso, demonstrando o descaso e o descompromisso com a educação por parte das instituições de ensino superior em total discordância com o panorama atual brasileiro.
Segundo Pimenta (1999), a finalidade da educação escolar na sociedade tecnológica multimídia e globalizada, é possibilitar que os alunos trabalhem os conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para operá-los, revê-los e reconstituí-los com sabedoria o que implica analisá-los, confrontá-los, e contextualizá-los.
No entanto, o que se verifica, sobretudo, nas faculdades privadas, sempre vistas como empresas, contribuem não só para o esfacelamento do ensino, ao formar profissionais incapazes de operar ferramentas geoinformacionais, elaborar sistemas e manusear dados, como também para a invasão de técnicos estrangeiros no mercado nacional, coibindo dessa forma o crescimento das empresas brasileiras, a ampliação do mercado de trabalho e consequentemente o desenvolvimento do país, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego os profissionais estrangeiros  vêm para ocupar vagas nos setores ligados à engenharia, infraestrutura e tecnologia, como construção civil,  portos, petróleo e gás e tecnologia da informação.
Se as novas tecnologias são uma ferramenta para o aprendizado que proporcionam a formação necessária à sociedade e o mercado de trabalho exige, torna-se um contra senso o comportamento dos “pseudos capitalistas” proprietários de instituições privadas, que na contramão do desenvolvimento globalizado sucateiam a educação em nome dos baixos custos.
Educação e tecnologia devem caminhar juntas, de maneira que os estudantes venham a se inserir no mundo globalizado construindo sua cidadania, desenvolvendo habilidades que contribuam para o conhecimento reflexivo.


Maristela de Jesus.
Geógrafa.



Referências:
PIMENTA, S. G. (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortes, 1999.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nota de Repúdio aos Últimos Desmandos da Faculdade Upis

Diante das mudanças arbitrárias, tomadas na calada da noite, por parte da faculdade, mais estranhamente pelo chefe de Departamento de Geografia, o Movimento Geografia Crítica, por meio desta carta aberta vem denunciar os abusos cometidos contra a Educação na Faculdade Upis e manifestar seu repúdio aos atos tomados de forma unilateral em desconformidade ao acordo firmado com os alunos.
Não foi a primeira vez que essa faculdade onerou seus alunos. Sua contribuição para o sucateamento da educação e do curso de geografia é histórica. Ao longo dos anos a Upis vem demonstrando total descaso com o curso de Geografia, através da falta de investimento em sua infraestrutura, da defasagem das disciplinas e conteúdos, da falta de rigor na contratação de docentes, da ausência de um projeto pedagógico que contribua com a preparação e qualificação de futuros professores, etc.
Os estudantes mobilizados vem a público denunciar mudanças na grade curricular do curso, troca de professores, junção de disciplinas, redução de carga horária, com um único objetivo de reduzir os gastos por parte da faculdade. Tais mudanças analisadas mais profundamente comprometem a qualidade do ensino e consequentemente a qualidade dos futuros professores formados pela instituição, demonstrando total desinteresse pela Upis no desenvolvimento do país.
Tal postura cria um espaço de debate improdutivo e antidemocrático, desmascarando a proposta feita aos alunos em reunião com a diretoria desta instituição em junho passado, que usando de oportunismo político para evitar o alastramento da manifestação por todo o campus, acenou positivamente a pauta de reivindicações apresentada.   
A nova grade justapôs: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica a Didática Geral, que antes tinham cada uma, carga horária de 75 h, passando a ter apenas 120 h, ou seja, foi reduzida em 30 h, sendo que apenas 60 h serão em sala com o professor, o restante é a distância; Países do Sul e Países do Norte, ambas com carga horária de 45 h cada passou a ser Regionalização do Espaço Mundial com apenas 45 h; Foi criada uma nova disciplina, Ensino da Geografia(90 h), que ainda não sabemos à que veio, visto que Teoria e Método do Ensino de Geografia continua no currículo; Informática saiu e entrou Atividades Complementares, com 75 h práticas, as quais são de responsabilidade única e exclusiva dos alunos, ou seja, para ser contemplada faz-se necessário participação em seminários e afins; Geografia Física do Brasil teve um aumento de carga horária de 45 para 75 h, tendo sido mantido no cargo a professora, que passa a ser responsável pela orientação do TCC”s da área de Geografia Física, em dissonância com os acontecimentos passados, entre a professora e vários alunos.
A questão aqui não é matemática, não estamos preocupados com a carga horária das disciplinas, e sim com as disciplinas propriamente ditas. A restrição da fala dos docentes e discentes no debate e elaboração de plano que promova a melhoria do curso é a questão, trocar 6 por meia dúzia não resolve  nosso problema, promove apenas um ambiente de total repressão. O que ficou comprovado foi a falta de capacidade de gerir o curso e mudar seu rumo.
Por essa e outras razões o Movimento Geografia Crítica reafirma sua posição contrária ao departamento de geografia e a diretoria desta instituição, que de forma autoritária compromete e inviabiliza o ensino.

domingo, 17 de julho de 2011

A Meu Partido - Pablo Neruda










Me deste a fraternidade para o que não conheço.
Me acrescentaste a força de todos os que vivem.
Me tornaste a dar a pátria como em um nascimento.
Me deste a liberdade que não tem o solitário.
Me ensinaste a acender a bondade, como o fogo.
Me deste a retidão que necessita a árvore.
Me ensinaste a ver a unidade e a diferença dos homens.
Me mostraste como a dor de um ser morreu na vitória de todos.
Me ensinaste a dormir nas camas duras de meus irmãos.
Me fizeste construir sobre a realidade como sobre uma rocha.
Me fizeste adversário do malvado e muro do frenético.
Me fizeste ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria.



postagem: Marcos Dias

quarta-feira, 13 de julho de 2011

UPIS e a Ética na Educação.

Um dos temas debatidos no campo da formação de qualquer profissional é a ética no trabalho.
Lidar com o publico e, no caso uma instituição de ensino, onde existem alunos com várias visões e composições ideológicas diferentes é uma situação no mínimo delicada. Para que essa relação seja a mais clara possível, as instituições têm pré-estabelecido em seus estatutos, códigos, contratos e regulamentos os limites das relações e os procedimentos a serem tomados em caso de quebra das regras ou cláusulas, e as sanções (punições) adequadas aos comportamentos fora do pré-visto ou que desrespeite ou desmereça o próximo. Todo este arcabouço positivista de regras e sanções ajuda a compor a ética dos profissionais e a construir uma relação diplomática entre alunos, professores e os departamentos administrativos da instituição.
O que se registrou no final do 1º semestre de 2011 na UPIS, porém, mais exatamente no departamento de Geografia foi a ausência não só da ética profissional, mas, também da ética moral e dos bons costumes com a quebra de conduta adequada por parte de uma professora ao acusar uma aluna de colar e distribuir a mesma, sem qual quer prova e sem argumentos que fundamentasse a acusação, a professora não perdeu tempo em culpá-la pela pratica e ainda difamou a aluna em outros semestres.
Sendo provado que a aluna estivesse burlando regras, a mesma deveria ser tratada apropriadamente ao caso, e não difamá-la pelo departamento. A aluna rebateu as acusações, afirmando que são falsas e caluniosas a sua pessoa. Pelo que se conhece do caráter de tal aluna, dificilmente incorreria nesta prática. O fato é que essa professora já acumula uma lista quilométrica de queixas e reclamações dos alunos, e o departamento insiste em mantê-la no cargo. Agora os fatos passaram do limite, pois o caso passou para acusações e calunias sem provas a uma colega, companheira. Cobramos do departamento uma posição diante do acontecido.

                                                                                                                                        Geografia Crítica.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

1º de Maio

Dia Internacional do Trabalho

“Esse mundo onde os poderosos pisam nos trabalhadores, e nos dizem que essa é ordem correta das coisas, vai desabar. E nascerá uma sociedade de liberdade e que cada um cooperará voluntariamente por uma vida melhor”






















Disse August Spies no tribunal que foi condenado a morte. Acusado de ser uma das lideranças do 1º Maio de 1886, em Chicargo.




quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fotografias da Natureza...

...DA NATUREZA HUMANA.


Grandes Fotografias que marcaram época, e representam muito, pois são registro histórico do homem e suas relações.



































Foto: Guinaldo Nicolaevsky.
Belo Horizonte, setembro de 1979, uma menina de apenas cinco anos surpreendeu o Brasil e o mundo quando rejeita o aperto de mão do presidente-general, João Baptista Figueiredo. A foto de Guinaldo Nicolaevsky tornou-se conhecida no mundo todo, mas uma pena que ele morre e não pode reencontra a garota.
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Ernesto Guevara, el CHE.
































FOTO: Alberto Korda
Cuba, 1960. Funeral das vítimas da sabotagem do barco La Courve.  Fidel Castro faz um pronunciamento. Che Guevara aparece e olha para as pessoas que assistem o discurso. Alberto Korda com uma pericia extraordinária e um olhar bem sensível a percepção, capturar uma das imagens mais conhecidas do mundo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

UPIS Descaso com a Educação


MANIFESTO DE GEOGRAFIA
Em virtude dos descasos por parte desta instituição para com o curso de estudos sociais, os alunos de geografia organizados manifestam repudio ao descompromisso com a qualidade de nossa formação. No ultimo semestre o aumento nas mensalidades foi apenas uma das decisões tomada por parte da UPIS que afetaram diretamente os alunos, sendo que não foi a primeira e nem a ultima tomada de decisão arbitrária.
Uma universidade que oferece um determinado curso deveria ter o compromisso de manter as condições necessárias para que ele não perca a qualidade. Mesmo constando em seu Programa de Políticas de Qualidade objetivos como: “Assegurar a qualidade no processo ensino-aprendizagem”, não é isso que a UPIS vem demonstrando com o Departamento de Geografia. Além da burocratização que dificulta a participação dos alunos na construção do conhecimento geográfico a UPIS vem cortando gastos e de forma drástica comprometendo a qualidade dos futuros professores que estarão à frente de uma turma.
Nos últimos anos o rigor acadêmico dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) vem caindo, o que demonstra total descompromisso da UPIS com a qualidade da formação. A biblioteca opera no limite e sem variedade suficiente de títulos que nos auxiliem. À avaliação dos TCC´s contava com 2 professores para avaliação, ambos, na área  de humanas (e agora só contará com 1), a avaliação destes trabalhos estará defasada e perderá qualidades para ser apresentado em uma banca de Mestrado.
A UPIS demonstra total descaso com o Departamento de Geografia, toma decisões aleatórias, como a mudança repentina de chefia do departamento, sem nenhuma explicação ou comunicação prévia, como se a opinião dos alunos não valesse nada e não tivesse nada a acrescentar. Está estampado que o departamento não tem nenhuma autonomia, a decisão é sempre o que a direção da Universidade e seus pelegos acham. A direção da UPIS que por sua vez demonstra-se incompetente, possui um modelo administrativo ultrapassado que ainda acham que a união da família nos negócios é prospero, levando as relações econômicas ao favorecimento sem nenhum rigor de competência, ultrapassados, são todos pseudos Capitalistas. E ainda usam de meios enganosos para atrair alunos, quando anuncia em seus folders propagandas de moderno laboratório de Geoprocessamento, que não passa de uma sala com computadores ultrapassados sem software específicos e uma plotter quebrada que só serve mesmo para enganar o MEC, na hora da avaliação de estrutura. Os alunos serão os mais prejudicados, pois pagaram por uma matéria que se resumirá em Slides, e provavelmente terão de desembolsar de 2 a 3 mil reais para poder fazer um curso fora e trabalhar na área, sendo que vamos pagar em dinheiro a matéria durante o semestre.
A saídas de campo de algumas matérias que faziam parte da grade e plano de aula foram indeferidas pela direção, sem nenhuma explicação. Isso compromete diretamente a formação em algumas matérias.
Em se tratando de tecnologia os computadores da UPIS são uma vergonha, ultrapassados, lentos e quase que não são compatíveis com nenhum arquivo, pois quem já não teve problemas na hora de apresentar um trabalho, isso é um total desrespeito aos alunos.
A Universidade não consta com um DCE e ludibria a todos com o NAE, que apenas representa os interesses da universidade perante os alunos e não representa nenhum aluno perante a universidade, sem uma organização dos alunos pelos próprios ficam todos a mercê de decisões sem nenhum fundamento e a bel vontade da UPIS.
O nosso corpo Docente é formado por alguns professores ultrapassados e arcaicos, superados, que em vez de explicar, aborrecem e estressam os alunos se pautando em teorias abstratas, deixando de lado á analise do material, do histórico, das realidades que vivemos e as possibilidade de transformação do espaço, que terminam a matéria confusos e sem referencias. E nos encorajam ao máximo com a celebre frase, com o aprendizado que sempre tentaram nos passar: “o mundo é assim mesmo e não tem mais jeito”.
E então, seguimos na universidade assim, a UPIS finge que ensina, e nós fingimos que aprendemos?




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