segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Amo a vida, e pela sua beleza marchei para o campo de batalha!"



Existem aqueles que lutam para libertar seu povo

Existem aqueles que lutam contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Se todos lutassem para libertar seu povo

Da fome, da miséria e do desespero

Não haveria lutas entre os homens...


Eu que não calo

E luto enquanto canto para libertar meu povo

Não me espanto

Pois sei que aqueles que lutam

Contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Nada de novo carregam

Travam uma luta perdida

Hão de sucumbir do mesmo amor que ousaram não ter um dia




Coitados daqueles que lutam

Contra aqueles que lutam para libertar seu povo

Da exploração que achoa por mais que já doa o peito

Estes, se soubessem que lutam contra a própria liberdade

Haveriam de se juntar àqueles que ousaram morrer de braços abertos
"Amo a vida, e pela sua beleza marchei para o campo de batalha!"


De Braços Abertos
 (Pedro Cariello)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Análise do Ensino Médio

“Historicamente, o Ensino Médio no Brasil se caracteriza pela dualidade estrutural, que estabelece políticas educacionais diferenciadas para as camadas sociais distintas, definidas pela divisão social do trabalho. As reformas educacionais para o Ensino Médio (propedêutico e profissional), realizadas na última década, não conseguiram avançar no sentido de eliminar essa dualidade através da escola unitária que propicie formação geral e uma habilitação profissional. Neste estudo - com a intenção de compreender as últimas reformas para o Ensino Médio realizadas sob as demandas da reestruturação produtiva - busca-se na História da Educação analisar os elementos determinantes no estabelecimento das políticas educacionais para este nível de ensino, ao longo do século XX. Dessa forma, pode-se observar que a dualidade estrutural, que mantém duas redes diferenciadas de ensino ao longo da história da educação brasileira tem suas raízes na forma como a sociedade se organiza, que expressa as relações contraditórias entre capital e trabalho nas políticas educacionais para o Ensino Médio. A tentativa de superação da divisão social no ensino médio, através de uma nova concepção de organização escolar, revela-se uma reorganização apenas superficial, que não oferece condições para um real unitariedade do ensino e superação das desigualdades socioeconômicas e educacionais.”

                            Manoel Nelito Matheus Nascimento



O retrato de nossa sociedade composta pela divisão social do trabalho, distinguindo os homens, entre funções intelectual e manual, reflete-se na educação e no modelo que escolhemos, ou que nos foi imposto.

Identificar a escola como Aparelho Ideológico do Estado (Althusser) é concluir a escola como célula reprodutora da nossa ordem social estabelecida, refletida de fato no Ensino Médio que se diferencia na qualidade de acordo ao poder aquisitivo.


ENSINO MÉDIO
            No Brasil o Ensino Médio só vem tomar novos rumos após a constituição de 1988 e com a aprovação da LDB em 1996. Até então a educação estava submetida a conjuntura do governo Militar (1964 a 1985). A partir deste momento o Ensino médio fica a disposição dos objetivos quantitativos das grandes corporações internacionais, como condição para lançar o Brasil no novo cenário econômico globalizado do capitalismo.
            O sistema Educacional Brasileiro foi profundamente modificado tendo como referencias e órgão encaminhador deste projeto a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que através da conferencia internacional da educação para todos, realizada em 1990, produziu relatórios afim de lançar o desafio para educação do século XXI.  Desde então inúmeros desafios para educação no Brasil foram lançados e diversos programas implantados, alfabetização, formação superior dos professores, condições básicas nas escolas, transporte aos alunos, garantir escolas a todos em qual quer lugar.
            Em nenhum momento este modelo aparentemente justo se preocupou com a qualidade dos alunos, e sim com a quantidade que estavam sendo alfabetizado ou quantos estavam frequentando a escola. Uma educação emancipadora que de fato mudasse quantitativamente as vidas das pessoas não foi desenvolvida. Não deram a mínima condições de desburocratizar a maquina publica e trazer informações básicas, como os direitos do cidadão, o dever do Estado, o aceso a educação superior.
Os inúmeros esforços por parte dos pensadores e profissionais da educação foi substituído pelos interesses maior do Estado em se lançar no cenário globalizado que o mundo vivia. Na pratica o Ensino Médio estava no mesmo caminho de reproduzir uma sociedade de classes, e muitas vezes foi desviado de sua função primária, que é educar, em alguns casos os alunos concluem e saem ainda sema analfabeto, ou analfabeto funcional. Condições como estas estão longe da realidade do ensino particular, ou de alguns casos isolados no país.
As Diretrizes do Concelho Nacional de Educação com os Parâmetros Curriculares Nacionais através da Léi de Diretrizes e Bases da Educação Nacional “procurou atender a uma reconhecida necessidade de atualização da educação brasileira, tanto para impulsionar uma democratização social e cultural mais efetiva, pela ampliação da parcela da juventude brasileira que completa a educação básica, como para responder a desafios impostos por processos globais”. A educação brasileira rende-se as necessidades globais, mesmo não tendo superado problemas locais e interno do nosso território, como o acesso a escola de muitas crianças ou elevar as condições de trabalho dos professores, que “com giz na mão e uma quadro negro, querem que ‘eles’ seja o redentor do país”. São problemas básicos, mas que de fato não é da preocupação do estado nacional resolver, ou nem mesmo é do interesse das camadas superiores que esse problemas seja resolvidos.
De um lado o Estado (com suas características e fundamentos políticos) usando a educação para tentar embarcar na onda da globalização, e do outro as classes abastardas carregadas de problemas e necessidades objetivas. A fim de conquistar posições no mercado internacional o Brasil encara os desafios e faz as modificações na Educação, principalmente no Ensino Fundamental, e no Ensino Médio, mas são mudanças quantitativas, que na pratica apenas tentam incluir o cidadão no mercado de trabalho que estar se modernizando, com maquinários e sistemas mais complexos.
Na pratica, isso é o Ensino Médio, há uma desenvolvimento quantitativo e serve para incluir uma mão de obra pouco qualificada no mercado de trabalho, mas a educação de fato não é seu objetivo. A educação fica para as escolas particulares, ou seja voltamos a dualidade das classes econômicas na educação, são estas camadas superiores da sociedade que estão nas escolas particulares que investem na verdadeira educação, o conhecimento fica para eles. Não interessa a burguesia o conhecimento sendo algo popular. Até o papel pré-universitário do Ensino Médio publico perde sua função, pois muito pouco coloca diretamente estes alunos na Universidade, isto fica a cargo das escolas particulares, como no caso de Brasília, em que muitas escolas particulares já trabalham o Ensino Médio afim de colocar os seus alunos na UnB.       

CONCLUSÃO
            O Ensino Médio deveria ser a plataforma que lançasse os jovens para a vida atuante na sociedade, lhes dando condições de levar uma vida desalienada, através de relações sociais desalienadas.
Portanto, a educação não é singularmente a educação, mas sim as educações que tem seus modelos e objetivos, as publicas preparam a mão de obra capaz de operar o moderno mercado de trabalho, e o particular levar o conhecimento as elites e que lá venham fazendo sua manutenção. O Ensino Médio estar diretamente envolvida na sua esfera social de classe. Exemplo, em uma escola particular dessas elitistas, em que não se pode falar em corrupção, posições politicas ou coisas do tipo, pois um aluno (cliente) pode ser filho de um parlamentar que estar sendo caçado. De certa forma o Ensino Médio é isso; uma ferramenta importantíssima, mas que foi tomada pelo poder do capital e reproduz uma estrutura social individualista e socialmente perversa.


Bibliografia:

NASCIMENTO, Nelito M. ENSINO MÉDIO NO BRASIL: DETERMINAÇÕES HISTÓRICAS. UNICAMP, Campinas. SP. 2007.



Marcos Dias
Geógrafo
marcosdiasurss@gmail.com