Sobrevivencialismo
e GEOGRAFIA
Sobrevivencialismo é
basicamente aprender a sobreviver. Mas só buscamos aprender como sobreviver se
imaginarmos algo que irá colocar a prova nossa existência.
Sobrevivencialismo consiste
em um conjunto de técnicas que possibilite a sobrevivência ou a manutenção da existência
de um individuo ou de um grupo em adversidades distintas. As pessoas que
praticam estas técnicas recebem o nome de Sobrevivencialista, ou seja, pessoas
que estão constantemente preparadas para o “fim do mundo”, adversidades
cotidianas e para catástrofes das mais variadas formas.
Pesquisando a fundo o
Sobrevivencialismo, descobri que existem várias versões das técnicas. Então, o
que é de fato esse Sobrevivencialismo? A principio, respondo que o
Sobrevivencialismo é algo entre o que você aprende no primeiro dia de
acampamento, no grupo de escoteiros, no recrutamento militar ou nas técnicas
das mais avançadas forças militares do mundo, ou seja, são técnicas que variam
entre as mais primitivas e a popularização dos conhecimentos militares.
O Sobrevivencialismo tem seu
inicio durante a Guerra Fria, quando as pessoas esperavam o maior desastre da
humanidade, uma guerra nuclear. Se você pensa que, com o fim da Guerra Fria os
perigos não existem mais, engana-se, pois com o avanço das tecnologias os
perigos se ampliaram. Caso você não saiba, o Sobrevivencialismo é muito comum,
acredite, ta na moda, pois está sendo popularizado pela indústria cinematográfica
em séries, filmes e programas de TV. Tipo: The Walking Dead, Terra Nova, Falling
Skies, Revolution e outras que eu poderia passar o dia aqui citando.
Muitas vezes os
Sobrevivencialistas são vistos com certos estereótipos ou até mesmo como
loucos. Mas ai existe um abismo de fatos e versões sobre tal assunto. Em
primeiro lugar, existem mais pessoas preparadas para um colapso global do que
você imagina. A construção de bunkers alto suficientes está se tornando cada
vez mais popular entre os ricos e milionários. Empresas dos EUA são
responsáveis pela maioria das construções e tem como principal política o
sigilo das obras. Por causa da confidencialidade as empresas e as pessoas que
adquirem esse serviço não chamam de bunkers, mas sim de “sistemas de alta
proteção em subsolo”. Caso você tenha dinheiro para seu próprio sistema, fica
ai a dica de uma empresa brasileira especializada nessas construções; http://www.bunkerbr.com. É,
parece que existe mais Sobrevivencialistas entre nós do que imaginávamos.
Umas das principais
características dos Sobrevivencialistas é o sigilo das práticas e exercícios.
Estes Sobrevivencialistas se diferenciam nas práticas, uns preferem táticas de sobrevivência
em catástrofes naturais, acidentes e uso de armas químicas, guerras ou mesmo
sobrevivência em uma floresta ou no meio urbano, outros preferem mais as
técnicas primitivas, existem também os que preferem as técnicas militares.
Contribuição da
GEOGRAFIA para o Sobrevivencialismo
Como este é um tema que diz
respeito ao território e sua configuração digo que a Geografia tem muito a acrescentar
para ajudar a construir uma fundamentação teórica sobre o SOBREVIVENCIALISMO.
Se o Sobrevivencialismo é um
conjunto de técnicas que constantemente são praticadas e ampliadas por
indivíduos, e os Sobrevivencialistas se diferem nas preferências das técnicas e
os ambientes. Aponto que o papel do uso da Geografia no Sobrevivencialismo não é
discutir as técnicas como objeto primário destas práticas, mas sim discutir o
agente causador, a causa que levaria ao uso das técnicas do Sobrevivencialismo.
Ouvimos muito falar no
Sobrevivencialismo, sobre “adversidades”, mas de fato o que seriam estas adversidades
que levariam pessoas a se prepararem para enfrentar tal evento. Pesquisando o
universo do Sobrevivencialismo, descobri que os Sobrevivencialistas encaram
como adversidade, coisas como: catástrofes naturais (enchentes, terremotos, vulcanismos,
tsunamis, deslizamentos de terra e etc), ameaças do espaço (Asteróides e até
mesmo invasão alienígenas), apocalipse zumbi (ficção), guerra civil, guerra
entre países (regional), guerra mundial, terrorismo, terrorismo de Estado,
desobediência civil, governos fascistas, uso de armas químicas, desastres
nucleares, aumento da violência urbana, até mesmo um simples apagão e outros em
fim do mundo e etc.
Associar “adversidades” ao fim
do mundo é um pouco exagerado, boa parte destas teorias não são fundamentadas, umas
são improváveis, outras não, ou seja, são situações constantes em algumas
partes do mundo. Guerras de forma mais ampla já ocorrem no Oriente Médio a mais
de 10 anos, e foram apenas se alastrando pela região, hoje já se estendem pelo norte
da África. Grupos terroristas estão cada vez mais organizados. Os desastres
naturais são cada vez mais comuns. Estes são alguns dos fatos corriqueiros do
nosso tempo.
A exemplo das guerras, cada
vez mais aumenta o número dos conflitos. Esses conflitos trazem duas novas características;
não têm previsão de término e sempre se alastram. Em relação a guerras temos atualmente
um mundo capitalista que veio de uma configuração bipolar, caminhou pela
multipolar e hoje se encontra configurado em dois blocos, os de países desenvolvidos
(que se organizam na OTAN) e os do países emergentes (conhecidos como os
BRICs). Ou seja, de um lado as velhas potencias capitalistas ocidentais, e do
outro os países em desenvolvimento, que a cada dia suas áreas de influencia se
esbarram. Exemplo, Síria; OTAN x Rússia, Líbia; OTAN x BRICs, África; OTAN x
China. Outras áreas de conflitos e tensão surgem a cada dia, como o caso das
Ilhas Malvinas; OTAN x Mercosul. A questão é que o mundo, por inteiro é uma
grande área de tensão, e um conflito mundial agora, viria com uma
característica impar, o poder de se alastrar rapidamente, ou seja, podemos
dormir em paz e acordarmos em guerra.
Esses conflitos poderiam
trazer algo pior, que poderia ser mais grave, a queda do Estado Nacional. Isso
transformaria nosso território em uma bagunça infernal e derrubariam todas as
fronteiras nacionais. Isso seria um verdadeiro desastre para humanidade. Como
nosso mundo, capitalista e globalizado é todo informatizado e interligado,
outras coisas poderiam ameaçar o Estado Nacional, como um simples apagão geral
de energia. Isso facilmente poderia ocorrer por dois motivos; a queda de um
meteoro que gerasse um pulso eletro magnético ou até mesmo uma erupção solar,
ambos danificariam todo circuito eletrônico, em outras palavras, queimaria
todos nossos computadores e chips (e sabemos que são eles que mantêm nossa
sociedade em perfeito funcionamento), nem os carros funcionariam. Isso sim
criaria danos impossível do Estado Nacional reparar em menos de 10 anos. Ou
seja, tudo que conhecemos pode acabar em questão de horas, e espalhar pânico e caos.
Em suma, quanto mais avançada nossa sociedade mais vulnerável ela se torna.
Num cenário hipotético como
este, a vida na cidade se tornaria um inferno e nada poderia controlar as
populações enfurecidas e esfomeadas. Sobreviveria quem fosse para o campo ou
buscasse isolamento, simplesmente por que não existiria ninguém para controlar
o território.
Para a Geografia, o
inicio do fim do mundo seria a falta de controle sobre o território, e não
conhecemos ninguém melhor para fazer isso do que o Estado Nacional, ele
controla melhor e estabelece regras para convivência.
Como inserir a GEOGRAFIA no SOBREVIVENCIALISMO:
Além das práticas do
Sobrevivencialismo devemos imaginar mais além que o simples fato de nos
mantermos vivos. Não quero dizer que os Sobrevivencialistas sejam aqueles que
esperam uma situação apocalíptica, mas de certa forma estão preparados para
situações críticas. O que quero é acrescentar algo mais. De acordo ao meu
entendimento, digo que todo Sobrevivencialista alem de sobreviver em uma área
ele tem que mapeá-la, e estabelecer um território primário, ou seja, a área que
você sempre acampa ou pratica suas técnicas não deve ser simplesmente uma área,
não deixe que ela passe despercebido. Levantar dados como coordenadas
geográficas fazer levantamentos sobre o terreno, deve se tornar práticas
rotineiras do Sobrevivencialista.
Todo Sobrevivencialista deve
usar um programa livre de imagens de satélite e buscar mapear as áreas que são
de suas práticas. Pois é sempre importante conhecer o local onde você atua ou
onde você considera seguro, passa também pela sua sobrevivência o conhecimento
geográfico do terreno onde você se encontra, o uso da cartografia é fundamental.
Conhecendo suas áreas você pode traçar rotas seguras de entrada e saída.
Muitos Sobrevivencialistas
parecem estar mais preocupados com o que levar do que para onde realmente vão.
Montar uma mochila e sair por ai pode ser que seja um pouco arriscado, pois em
muitos casos a interação com o meio pode ser a própria garantia de
sobrevivência. A prática do Sobrevivencialismo consiste em o Sobrevivencialista
montar uma mochila com mantimentos e ir para um local isolado e desafiar os
limites, ou seja, ver quanto tempo ele suporta com os mantimentos que julgou
necessário. Para a Geografia, o exercício seria fazer levantamento de uma área
e depois ir até lá fazer o reconhecimento de campo. Isso pode ser de grande
valor para manutenção da permanência em um território.
Todo Sobrevivencialista é
uma peça fundamental de exploração e reconhecimento dos territórios.
Marcos Dias
marcosdias3nz@hotmail.com