quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Primeiro Manifesto Maranhense

                Clã dos Sarney

Desde a década de 50, o jovem e então iniciante político José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney), entra no cenário político do Maranhão. E no cenário político nacional, com a ditadura Militar (Golpe militar que durou de 1964 a 1985). Eleito deputado federal em 1955, ele apóia o Golpe de 64. Em 1966 até 1971 é Governador do Maranhão; de 1971 a 1985, senador durante a ditadura militar. Com, a morte de Tancredo Neves, eleito no colégio eleitoral, com voto direto, e apoiado pelos militares, Sarney foi colocado na presidência do Brasil, de 1985 a 1990.
Histórico político marcado por corrupção, privilégios construído graças a muitas mortes e torturas durante a ditadura, que lhe rendeu o maior e hoje o um dos últimos clãs políticos do Brasil, nos últimos anos vem lutando descaradamente para manter sua oligarquia no poder.
O Estado Federativo do Maranhão, conhecido pelos repórteres como o “último feudo da terra”, foi devastado pela miséria e falta de investimentos em todo tipo de infra-estrutura básica, que vai desde o saneamento básico à educação. Assume, assim, a posição de estado mais pobre do Brasil. O Maranhão figura em relatórios da ONU como um dos territórios de pior saneamento básico do mundo. “Cinco décadas dos Sarneys no poder e o estado exibe 20% de analfabetos, 80% de domicílios sem acesso a esgoto e 65% das pessoas dependentes de ajuda governamental para sobreviver. O padrão é africano”. (Veja.com, 25 de abril de 2009).
Mas isso rendeu à Família Sarney e seu clã político, a construção de um patrimônio invejável, por qualquer burguês/capitalista do mundo. Que vai desde as redes hoteleiras litorâneas de seu irmão Ronald Sarney aos melhores pontos comerciais de São Luiz, Universidade UNIEURO (Brasília), terras na Mesquita (localizada no entorno do DF), ações em uma das maiores empresas de agro-negócio do Nordeste conhecida por “Agro Serra”, situada no Centro-Sul-Maranhense, cujo território foi ampliado por meio de chantagens financeiras aos moradores das localidades (que se estende desde as margens do Itapecuru até o Alpercata). Claro que tudo garantido pelas estreitas relações com o Poder Judiciário do estado, como um dos seus amigos particulares, o juiz Tayrone; Célia Sarney presidente do Superior Tribunal Eleitoral-MA (irmã do Sarney); General Aniano (presidente da OAB-MA). Não é difícil encontrá-los festejando as orgias dos poderes em hotel de luxo na Avenida Litorânea.

Manobra Oligárquica
Em 2002, os Sarneys perdem as eleições estaduais para Jackson Lago. Logo em seguida, um dos membros do clã Sarney, senador Edson Lobão, entra com uma “carta na manga”: um velho projeto de divisão do estado do Maranhão, a fim de criar um novo estado federativo. Isso nos lembra a manobra de colonização da África; “Dividir para dominar”. O projeto foi para o Congresso e continua tramitando. Se vendo ameaçado, o clã lança mão de mais uma manobra oligárquica, o Superior Tribunal Eleitoral cassa o mandato de Jackson Lagos, assumindo o governo por determinação “Legal” a então senadora Roseana Sarney no dia 16 de Abril de 2009. A volta de Roseana ao poder representa uma desmedida perda ao povo maranhense. "Ouvi falar que o Jackson saiu e que a Roseana voltou, mas para mim não tem diferença, diz Íris Brito Dias, de 36 anos, que sustenta quatro filhos com os 250 reais por mês que obtém com a pesca de mariscos na periferia de São Luís. Já votei tanto nele como nela, mas a nossa vida nunca mudou. Já a dos Sarneys, sempre dá para melhorar.” (Veja.com, 25 de abril de 2009).
A dominação no Maranhão continua hegemônica, a gangue dos Sarneys têm o controle ideológico do estado, essa corporação chamada Sarney tem domínio, controle total de 90% da mídia, pois são donos da TV Mirante (único meio de comunicação direto do estado) a qual não revela as manifestações que ocorrem na capital, contra os Sarneys. A desinformação controla o povo, a alienação mantém o povo estático diante a situação, o povo não tem poder de mobilização, e nem tem como se organizar. A juventude estudantil e pró-revolucionária que devia estar puxando os movimentos contra os Sarneys encontram-se fora do Estado, estudando em outras localidades, pois o estado não oferece educação de qualidade a todos.

Povo X Sarney
Senhores, sem muito me prolongar neste informe, o qual manifesto minha indignação, quero dizer que o Maranhão encontra-se, engessado, amarrado, apático, alienado, na miséria, em condições sub-humanas. Tudo por culpa do Sarney e sua “trupe”, gangue de capitalistas nojentos, sanguessugas, canibais, burgueses safados, aproveitadores, gananciosos, indecentes, peçonhentos, corruptos, ladrões, que bebem e comem com o dinheiro dos trabalhadores – dinheiro que em vez de ser aplicado na educação e na saúde, serve para bancar as orgias daquela corja de ladrões e seus amigos, magnatas, empresários da BrasilTelecom, da Oi, Bradesco e de todas as outras corporações do Brasil, que estão sugando até a ultima gota de suor que escorre do rosto dos escravos trabalhadores maranhenses, que vivem uma vida repleta de privações. Mas essa babilônia ainda vai cair. Ela vai cair! “Um dia ficarão desnudos perante a verdade e já não serão tão amáveis, não saberão esconder os seus podres e sua vergonha, vocês herdaram as ruínas da Babilônia. Senhores que são miseráveis senhores de tantas e tantas riquezas, vocês herdaram os escombros da Babilônia, até o chão fugirá dos seus pés, ruirá com vocês a sua grandeza.” (Tribo de Jah, Ruínas da Babilônia).
Um dia, e esse dia chegará, essa corja vai ser surpreendida pelo impossível que se tornará inevitável, o povo vai acordar e tirar a venda que cobre seus olhos os impedindo de ver a verdade. A luta de classe já foi declarada, o clã Sarney tem tudo, e o povo nada. Os Sarneys edificaram uma riqueza sobre o suor de quem trabalha.
Esse estado parlamentar maranhense governado pelos Sarneys é tão-somente um comitê que administra os negócios comuns dos Sarney e de toda classe burguesa do Maranhão.
O Maranhão só será livre com a derrubada de toda burguesia capitalista e a velha ordem sarneysta, e toda forma de propriedade das corporações que assolam e marginalizam e proletariado urbano e rural.
Que o clã Sarney e as classes dominantes tremam à idéia de uma REVOLUÇÃO POPULAR MARANHENSE. Os trabalhadores maranhenses não têm nada a perder, e sim a liberdade a conquistar.
Trabalhadores explorados do Maranhão Uni-vos!



“De pé ó vitimas da fome”
De pé famélicos da terra...
Cortai o mal bem pelo Fundo
De pé, de pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó trabalhadores...”
                         (A Internacional)

2 comentários:

  1. GOSTEI BASTANTE DESTE BLOG, PARABÉNS PELA INICIATIVA POR NÃO ACEITAR CALADO ESSA DITADURA EM QUE VIVE NOSSO QUERIDO ESTADO.

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    1. É bem claro a insatisfação de nosso povo sofrido diante a uma verdadeira barbárie,verdadeiro genocídio...Mas com então fazer com que milhões de maranhenses alienados, que acreditam piamente estarem nessa situação não por causa da Branquela Oca ou de Dom Bigodon...mas sim por obra do acaso ou por que assim que tem que ser...? Como, mudar uma ideia fixa na cabeça de um população pobre em que maioria analfabeta, uma juventude de desleixada para os focos que envolvem a nossa sociedade? É duro pensar assim, mas é essa a nossa triste realidade. E isto não é um pensamento pessimista, mas realista. Não que eu não queira mudança. É algo que espero cheiro de fé e, que morro, mas antes vejo todo esse império sucumbir... e a iniciativa deste blog conforta um pouco e responde, em parte, aos questionamentos pois é triste que ainda muitos, principalmente jovens, não tenham acesso a meios que possa mostra-los e orienta-los da tamanha gravidade dos fatos e quando o tem simplesmente deixa passar.

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